A nossa carreira não é feita de uma única escolha, mas, sim, de uma sucessão de escolhas, sejam elas conscientes, inconscientes, grandes, pequenas, fáceis, difíceis, simples, complicadas, maduras, impensadas ou mesmo negligenciadas. São essas escolhas que definiram quem você é agora, onde você está, os ganhos e perdas da situação atual, bem como todos os sentimentos envolvidos quando você pensa na sua vida neste exato momento.
Escolhas.
A sua carreira atual é consequência das escolhas que você foi fazendo ao longo do caminho. Ou mesmo das escolhas que você não quis fazer, achando que era possível simplesmente não escolher: é que não escolher também é fazer uma escolha. Talvez, a pior delas. Já parou pra pensar sobre isso?
Não escolher mudar é escolher deixar tudo do jeito que está.
Não escolher pra qual direção vai seguir a partir de agora é escolher continuar seguindo na mesma direção.
Não escolher iniciar aquele projeto que é muito importante pra você é escolher não fazer o que precisa ser feito.
Não escolher começar a fazer as mudanças que você precisa na sua carreira é escolher continuar exatamente no mesmo lugar em que você está.
Não escolher estruturar um planejamento financeiro específico para a sua carreira é escolher continuar sem um plano.
Ao longo desses quase 7 anos atuando como mentora e coach de carreira, já é possível mapear alguns padrões de escolhas (ou não escolhas) que, se não avaliados e entendidos, podem acabar te prendendo a um ciclo vicioso de decisões profissionais e pessoais muito pouco inteligentes e estratégicas, tanto do ponto de vista racional quanto do emocional.
Entender qual padrão é o seu (ou quais padrões) é o primeiro passo para que você possa melhorar a qualidade das suas próximas escolhas de carreira, rompendo o ciclo do vitimismo, do circunstancialismo e/ou da paralisação e assumindo a autorresponsabilidade pela sua vida, pelo seu trabalho e por todos os ônus e bônus inerentes a qualquer processo decisório consciente.
Vamos entender que padrões são esses?
Escolha Zeca Pagodinho
A típica escolha negligenciada, que é quando você escolhe não escolher e vai deixando a vida te levar, sem nenhuma metodologia, orientação, planejamento e estratégia, já que você vai simplesmente seguindo o fluxo. Possíveis consequências dela: estar em um lugar em que você não gostaria de estar, até mesmo sem saber como é que você foi parar lá; culpar as outras pessoas, a vida e as circunstâncias externas pelo seu momento atual.
Escolha Emocional
Escolha totalmente intuitiva e ancorada no que diz o seu coração. Possíveis consequências dela: romantizar e quebrar a cara com certos caminhos; agir por impulso e se arrepender de algumas ações tomadas no calor do momento.
Escolha Racional
Escolha prática e objetiva, já feita com a planilha na mão! Possíveis consequências dela: deixar de seguir por um determinado caminho que te parece mais “a sua cara” em função de critérios extremamente racionais; racionalizar tanto qualquer mudança na carreira que acaba não mudando absolutamente nada ou voltando exatamente para o mesmo lugar em que estava.
Escolha Jedi
Escolha mais consciente, que usa do autoconhecimento profissional para ancorar as decisões de carreira, buscando mapear oportunidades no mercado que estejam mais alinhadas aos seus talentos, paixões e objetivos de vida e trabalho. Possíveis consequências dela: assumir a autorresponsabilidade pelo momento atual, com todos os ônus e bônus; recalcular a rota, se preciso for, e ser feliz!
Quando você analisa a jornada da sua carreira até aqui, você consegue identificar algum padrão nas suas escolhas?
Para te ajudar a fazer uma Escolha Jedi (sim, eis aqui uma fã de Star Wars), aí vão 5 estratégias que eu mesma usei na minha jornada profissional e que me ajudaram a construir a carreira que eu tenho hoje:
?? Identificar qual é o seu conceito de sucesso: sucesso é relativo e, portanto, cada um enxerga de uma maneira. Identifique quem são as suas referências de sucesso profissional e por quê, pois esse exercício vai te ajudar a entender aonde você quer chegar e o que você pode começar a fazer pra chegar lá.
?? Identificar o que você gosta de fazer e no que você é bom: as suas paixões podem te dar pistas importantes a respeito do seu caminho profissional, principalmente quando você identifica, dentro de tudo o que você ama fazer, quais são os seus interesses profissionais e quais deles mais se alinham aos seus talentos.
?? Identificar oportunidades no mercado e fazer uma análise RE: aqui você vai listar tudo o que você poderia fazer para ser remunerado com o seu trabalho, a partir dos critérios anteriores. Pra complementar o exercício, é importante que você analise as opções disponíveis de acordo com a razão e a emoção. Escutar o que diz o nosso coração e a nossa intuição é muito válido, mas não deixe de escutar o que diz o seu cérebro também.
?? Usar o medo a seu favor: toda carreira vai ter desafios. No entanto, quando você escolhe com quais medos você vai lidar e como você vai desenvolver estratégias para minimizar as ameaças, você também começa a se destacar além da média.
?? Se planejar e se readaptar sempre que necessário: muitas vezes a gente vai precisar recalcular a rota mesmo. E tudo bem. A vida é instável, a realidade pode nos surpreender… Mas, quando você foca na parte que está no seu controle e aprende a flexibilizar de acordo com as circunstâncias externas, você começa a perceber que elas importam, sim, mas não definem a sua realidade.
Lembrando que não existe escolha CERTA ou escolha ERRADA, mas, sim, uma escolha CONSCIENTE (Jedi) e uma escolha NEGLIGENCIADA (Zeca, Emocional, Racional).
Por aqui, queremos continuar sendo Jedis na arte de escolher, mesmo que, em algum momento da jornada, a gente entenda que aquele caminho não está mais fazendo sentido e precise recalcular a rota. Escolher novamente. Replanejar.
A Escolha Jedi não é a escolha certa, mas, sim, a melhor escolha que a gente poderia fazer.
Se não há certezas na vida – nem garantias de nada – fazer uma Escolha Jedi já é meio caminho andado para fazer o sucesso acontecer.
Seja lá o que sucesso realmente signifique pra você.