Eu sei. A escolha da nossa carreira pode não ser uma decisão fácil, principalmente por alguns fatores:
- A escola te ensinou a técnica e a como passar em matemática, geografia, física, química… Mas não te ensinou a fazer uma escolha de carreira que realmente estivesse alinhada com quem você era e com o que você realmente queria pra sua vida.
- Por causa disso, você pode ter feito uma escolha de carreira apenas porque gostava e era bom em algumas matérias ou porque diziam que tal carreira dava dinheiro.
- Pode ser que você tenha escolhido a sua carreira apenas pelas matérias da faculdade também.
- Ou porque os seus amigos e a sua família disseram que aquele caminho era o melhor pra você.
- Em muitos casos, ninguém te ensinou a como lidar com a multipotencialidade. Você gostava de muitas coisas… E agora?
Se você está completamente perdido na sua carreira e precisa tomar uma decisão mais consciente, esse texto é para você! Vou te contar quais são os 7 passos para escolher qual profissão seguir e alcançar mais realização pessoal e profissional. Bora?
Passo 1: Desenvolver mais autoconhecimento profissional
O autoconhecimento pode ser potencializado através da auto-observação e, sem sombra de dúvidas, é a chave para escolher qual profissão seguir. Quando falamos em autoconhecimento profissional, é preciso que você consiga identificar quatro pontos principais:
- Seus valores inegociáveis ?? do que você não abriria mão de jeito nenhum?
- Suas paixões ?? aquelas coisas que você ama e que podem se transformar em interesses profissionais, que são aqueles assuntos sobre os quais você ama conversar e estudar.
- Seus talentos ?? habilidades naturais que podem se transformar em pontos fortes e te ajudar a se destacar no mercado.
- Seus objetivos ?? aquelas coisas que você almeja alcançar na vida e que estão relacionadas ao estilo de vida que você quer ter (aquilo que você entende como sucesso profissional) e às suas preferências de modelo de trabalho.
Recomendo que você faça uma lista com informações relativas a cada um desses tópicos, sem se preocupar demais em ter todas as respostas. A clareza vem do movimento. ? medida que você for escrevendo, vivendo e se auto-observando, é natural que essa listinha fique mais robusta. E que você tenha mais segurança a respeito das suas respostas também.
Passo 2: Identificar oportunidades
A auto-observação e o autoconhecimento são exercícios poderosos para gerar mais clareza sobre o nosso caminho profissional, contudo, uma vez que você já coletou todas as informações que você precisa sobre você, é hora de olhar para o contexto externo, a fim de coletar informações sobre o mercado também.
Nesse sentido, é hora de se fazer algumas perguntas, que serão fundamentais nesta etapa de pesquisa de mercado:
- Unindo os seus principais valores, paixões, talentos e objetivos, quais são as oportunidades de trabalho que mais se encaixam ao seu perfil?
- De que forma você poderia unir seus principais valores, paixões, talentos e objetivos para monetizar na sua carreira?
Como no passo anterior, recomendo que você faça uma listinha com todas as oportunidades de trabalho que você visualiza no mercado, especificando tudo o que você poderia fazer para ganhar dinheiro com o seu trabalho. ??Eu poderia fazer tal coisa… Eu poderia trabalhar com tal coisa… Eu poderia vender tal produto…Eu poderia oferecer tal serviço?.
? muito importante que você liste tudo o que te vier à cabeça, a partir do que você já aprendeu sobre você e os seus objetivos de vida e carreira no passo do autoconhecimento profissional. Evite listar oportunidades muito vagas e gerais. Liste oportunidades concretas, de forma específica, pois é a especificidade que vai te ajudar a gerar mais clareza na hora de peneirar as melhores opções.
Passo 3: Peneirar oportunidades
Hora da peneira! ? claro que não vai dar pra você trabalhar com todas as opções listadas, não é mesmo? Portanto, nesse momento, o seu objetivo será definir as três oportunidades que te parecem mais interessantes, tanto do ponto de vista racional quando do emocional.
Comece eliminando aquelas que, nessa primeira avaliação, já te parecem um pouco sem sentido ou pouco atrativas para a fase de vida em que você está e o que você verdadeiramente almeja.
Em seguida, para cada oportunidade restante, pergunte-se:
- Qual é o lado bom dessa oportunidade? E o lado ruim? O objetivo aqui é avaliar ganhos e perdas, prós e contras.
- Como eu me sinto quando eu penso nessa oportunidade? Como seria a minha vida no futuro caso eu optasse seguir por esse caminho? Eu consigo me imaginar vivendo essa vida? Eu me sentiria bem? Aqui, o objetivo é avaliar as emoções envolvidas no seu processo de decisão.
Passo 4: Fazer uma análise RE mais profunda das 3 oportunidades restantes
Nesse momento do nosso processo de escolha, o nosso objetivo será o de passar uma peneira ainda mais potente nas três oportunidades que passaram pela primeira peneira, na etapa anterior.
Nesse sentindo, eu recomendo que você se faça 4 perguntas centrais, estruturando 1 listinha diferente para cada pergunta abaixo:
- O que eu ganho se seguir por esse caminho?
- O que eu ganho se não seguir por esse caminho?
- O que eu perco se seguir por esse caminho?
- O que eu perco se não seguir por esse caminho?
Nossa análise RE (razão/emoção) deve levar em conta cada item que você listou em cada uma das suas 4 listas, já que eu sugiro que você atribua pesos de 0 a 3 a cada um.
Explico: pode ser que você tenha listado 10 coisas na lista 1 (o que eu ganho se seguir por esse caminho), mas, de repente, uma única coisa listada na lista 3 (o que eu perco se seguir por esse caminho), por exemplo, pode ter um peso muito maior do que todos os outros itens da lista 1 somados, entendeu?
A ideia é que você atribua os pesos a cada item, some os totais de cada lista e divida pelo número de itens listados na lista respectiva.
Uma misturinha de razão e emoção beeem interessante, né? O critério para atribuir os pesos é mais emocional e subjetivo, já o critério de avaliar e comparar os resultados de ganhos e perdas é bem mais racional e concreto.
Passo 5: Estabelecer um prazo para a sua decisão
Se não há prazo, fica Ad Eternum, simples assim.
Agora que você já coletou todas as informações necessárias sobre você e sobre o mercado, já avaliou prós e contras e sentimentos envolvidos, já passou uma peneira mais rígida e atribuiu pesos a todos os ganhos e perdas envolvidos tanto no caso de seguir por aquele caminho quando no caso de não seguir, já não há mais o que analisar. ? hora de decidir!
Eu sei! Escolher é uma tarefa difícil e quanto mais opções a gente tem, mais complicada se torna essa escolha, não é mesmo? Eis o paradoxo da escolha dando as caras por aqui: se, por um lado, ter infinitas possibilidades de atuação profissional como temos hoje em dia é incrível, por outro, às vezes a gente tem a impressão de que era muito melhor escolher entre médico e advogado mesmo. Mais fácil.
? por isso que você precisa estabelecer um deadline para tomar a sua decisão. Não precisa sofrer: escolhas não são sentenças e, se essas opções já chegaram até essa etapa do processo, é porque todas elas têm todas as chances de te fazerem feliz.
Passo 6: Decidir
? muito importante que você entenda que não escolher também é fazer uma escolha. Muitas vezes, a pior delas, já que você está transferindo o seu poder pessoal para a vida ou para uma outra pessoa.
Eu sei que, sobretudo quando você se vê diante de oportunidades que vão exigir muito de você (investimento financeiro, de tempo, de energia…), a tendência é a de que você desanime e acabe postergando ou descartando uma oportunidade que seria bastante interessante pra você, só porque, na sua visão ??vai levar muito tempo pra alcançar o objetivo?.
Lembre-se de que o tempo vai passar de qualquer maneira. O futuro vai chegar. E, seja daqui a 5 ou 10 anos, é melhor que ele te encontre muito mais adiantada naquele caminho do que você está agora, não é mesmo?
Nada pior do que chegar lá na frente e pensar: ??Eu deveria ter feito isso antes?.
Como dizem, daqui a um ano você vai se arrepender de não ter começado AGORA.
Passo 7: Planejar
Com a decisão tomada (ao chegar nesta etapa, você já PRECISA ter feito a sua escolha, viu?), é hora de estruturar o seu plano de carreira, com metas de curto, médio e longo prazos que vão te ajudar a sair do lugar em que você está e chegar ao destino almejado.
Nesse processo, é muito importante que você entenda, ao menos, duas coisas:
- O seu planejamento deve passar por revisões periódicas: há situações adversas com as quais teremos que lidar e que, possivelmente, podem te obrigar a rever algumas estratégias, fazer alguns ajustes ou recalcular a rota mesmo.
- O planejamento não te dá certezas e garantias de nada, mas ajuda a gerar mais clareza em relação aos próximos passos e acalmar a sua mente no que diz respeito ao futuro.
Por fim, é importante que você entenda que não existe uma escolha certa ou uma escolha errada, mas, sim, uma escolha consciente (que eu gosto de chamar de escolha Jedi #amamosstarwars) ou uma escolha negligenciada (que eu gosto de chamar de escolha Zeca Pagodinho, bem ao ritmo do ??deixa a vida me levar”).
A gente escolhe a partir do que considera ser o melhor possível pra gente, com as informações que a gente tem, a partir de tudo o que a gente avaliou, de toda a análise e autorresponsabilidade inerentes ao processo.
Não se dê um peso tão grande assim quando o assunto é a sua escolha de carreira. Todas as suas escolhas importam, claro, mas, se você sentir que aquele não é o caminho, que já não está fazendo sentido, você pode sempre escolher de novo.
E escolher melhor.