Transição de carreira não precisa ser um bicho de sete-cabeças. Com estratégia e planejamento, é possível estruturar uma transição segura e escalonada, que esteja alinhada à sua realidade, ao seu contexto e aos seus objetivos pessoais e profissionais.
Neste artigo, quero compartilhar 6 passos essenciais para você que deseja fazer uma mudança na sua carreira, seja pequena, média, grande ou total.
Passo 1: Entender o motivo de você querer fazer uma transição de carreira, até para que você entenda qual vai ser o tamanho dessa mudança.
Vai ser uma mudança pequena? Média? Grande? Total? O primeiro passo, então, é você refletir sobre quais são os principais motivos da sua insatisfação profissional hoje: é a sua profissão (você não se identifica mais com a sua área de formação e se sente atraído por caminhos bem diferentes)? ? a sua remuneração? As atividades que você desempenha? A empresa? O ambiente? A liderança? A rotina? Qual é o seu principal problema de carreira hoje? Do que é que você precisa?
Passo 2: Desenvolver mais autoconhecimento profissional.
Se eu não sei quem eu sou, quais são os meus principais valores, talentos, paixões e objetivos de vida e de carreira, chances são que, diante de uma situação de insatisfação profissional, eu me sinta ainda mais perdido e angustiado, sem saber do que é que eu preciso de verdade.
O resultado disso?
A tendência a atirar para todos os lados, já que, se você não sabe para onde ir, aonde você quer chegar, qualquer caminho é o caminho, qualquer caminho serve. Assim, para que você consiga entender qual é o seu caminho, quais são as melhores oportunidades para você, você precisa se conhecer. Quem é você e o que você almeja para a sua vida?
Passo 3: Ter muita clareza de qual é o seu conceito de sucesso e topar passar pelo processo.
Sucesso é um conceito absolutamente relativo e particular. Ou seja: cada um tem uma visão sobre o que é sucesso e sobre quais critérios fazem parte do que estamos chamando de uma vida bem-sucedida. Assim, um passo essencial em um processo de transição de carreira é você ter muita clareza de quais são os seus próprios critérios de sucesso: é a segurança no salário? ? a possibilidade de escala? ? ter mais autonomia e liberdade? ? ter uma rotina mais tranquila? Ter diretrizes claras? Viver constantes desafios? Poder se aposentar com tranquilidade? O que é que você está chamando de sucesso?
Nesse processo, duas coisas são fundamentais:
- Entender que sucesso exige priorização e coerência: por mais que você goste de tudo e que queira ter tudo ao mesmo tempo na sua carreira, há critérios específicos que você terá, sim, que priorizar, em detrimento de outros.
- Entender quais são as suas próprias referências de sucesso, para usar a estratégia da modelagem a seu favor (modelar não é imitar, mas, sim, usar como modelo, como uma referência): o que é que essas pessoas que são referência de sucesso para você fizeram para que elas chegassem aonde elas chegaram? Como é a vida dessas pessoas? Por que é que elas são referências de sucesso para você? Ser feliz e bem-sucedido é fazer o quê? Você toparia pagar esse preço? Você toparia fazer o que precisa ser feito pra alcançar esse resultado? Muitas pessoas querem fazer transição de carreira, mas não querem passar pelo processo que envolve fazer uma transição de carreira.
Passo 4: Se planejar, sobretudo financeiramente, para que você possa passar pela transição da melhor maneira possível.
No mundo do dinheiro, uma coisa é fato: dinheiro é poder de escolha e, se eu não conto com esse suporte financeiro, eu tenho o meu poder de escolha cerceado. Logo, fazer uma transição de carreira demanda planejamento financeiro, sim, a partir de três pontos principais:
- Visão: entender quando e como você começará a monetizar na nova carreira, sobretudo em casos de mudanças maiores.
- Reserva financeira: para que você tenha fôlego para passar por esse processo de transição com mais segurança e tranquilidade.
- Prazo: para que, mesmo possuindo uma reserva financeira, você tenha senso de urgência para não perder o timing da transição, ao se sentir confortável demais por causa desse suporte.
Também é importante ressaltar que, embora o planejamento não te dê garantias e certezas de nada, ele te dá direcionamento, além de acalmar o seu cérebro, que tende sempre a catastrofizar o futuro. Quando você se planeja, você consegue, inclusive, visualizar o pior cenário e traçar estratégias que vão te ajudar a se preparar melhor para lidar com ele, caso o pior realmente se concretize. Nesse sentido, vale a máxima: ??Acredite sempre no melhor, mas prepare-se para o pior?.
Caso o cenário mais catastrófico seja uma realidade, na pior das hipóteses, você já vai ter se planejado para lidar com ele de uma maneira melhor, mesmo que você tenha que fazer ajustes no plano e/ou recalcular a rota mesmo.
Além disso, um outro ponto importante é que planejar potencializa as suas chances de realizar, principalmente se você compartilha esse planejamento com outras pessoas.
Passo 5: Ter parceiros de jornada.
Durante o seu processo de transição de carreira, é muito importante que você procure por pessoas que estão passando pelo que você está passando ou que têm experiência no assunto, porque já passaram e/ou tiveram que lidar diretamente com situações bastante similares à sua. Além disso, pessoas que podem ser uma rede de apoio para você (funcionando como um suporte financeiro, emocional, logístico, estratégico…) também devem ser consideradas, já que são importantes parceiros nessa jornada, cujo suporte te ajudará imensamente na viabilização do plano.
Contar com a ajuda e a orientação de um profissional especialista também é um diferencial enorme e que pode fazer toda a diferença no seu processo de transição de carreira, uma vez que você ganha em velocidade, em segurança e em estratégia, além de ser apresentado a um método validado que te poupará sofrimentos e gastos desnecessários. Logo, não menospreze a importância de ter um mentor nessa jornada!
Passo 6: Investir na sua rede de contatos e na sua capacitação técnica e comportamental.
As melhores oportunidades na sua carreira virão pelas pessoas, não pelo currículo, essa é a verdade. No entanto, de nada adianta ter uma forte rede de contatos se você for um profissional medíocre, desatualizado, pouco interessado, acomodado e que parou de se desenvolver e de aprender.
As competências técnicas continuam sendo muito importantes no mercado, sim, porque são elas que vão te colocar em campo. Nenhum jogador seria escalado para uma partida se não tivesse técnica, ou seja, se não soubesse jogar.
No entanto, são as competências comportamentais (humanas e socioemocionais) que vão fazer com que você se destaque no jogo. Quer exemplos delas? Inteligência emocional e relacional, adaptabilidade, resiliência, liderança…
Nesse sentido, vale a dobradinha: pessoas + capacitação, sendo que esta última requer muito conhecimento, técnica, prática e repetição. Combinado?
Agora que você já saber quais são os passos essenciais para uma transição de carreira de sucesso, que tal começar a colocá-los em prática?